“O que desejamos, o que nos desagrada, o que pensamos, o que sentimos: tudo é impermanente. As palavras de elogio ou de censura são impermanentes. Todas vêm e vão. Se compreendermos isso, não ficaremos tão desnorteados com os dramas da vida cotidiana.” (Rinpoche)
As sábias palavras de Rinpoche trazem em si uma das mais profundas e verdadeiras reflexões que já tive oportunidade de ler. Acordamos todos os dias com a sensação ilusória de que somos eternos neste plano material e agimos como se tivéssemos o tempo inteiro ao nosso dispor. Somos eternos, sim, acredito nisso, mas não neste mundo. Seria importante lembrar-se disso em cada amanhecer, trazendo para o momento de agora toda a nossa força e alegria, tentando viver o hoje por inteiro.
Muitas vezes, me questiono até que ponto o tempo das 24 horas realmente existe. Já experimentei não olhar o relógio e me pareceu que o dia foi bem maior do que eu pensava ser. Então surgem as famosas questões: qual será o fundamento de estarmos correndo tanto? E para onde corremos? Um dos meus grandes amigos me disse para não pensar nessas coisas todas, mas, às vezes, é bom refletir, buscar uma redefinição em rotinas e objetivos, reavaliar o que realmente vale a pena.
Acredito que a vida é de uma beleza tão profunda que, mesmo nos momentos complicados, ela sempre nos traz grandes aprendizagens. Não se é mais o mesmo depois de transmutar um problema, seja qual for. Se escolhermos passar com coragem e determinação de aprendiz pelas dificuldades impermanentes da existência, nos tornaremos pessoas muito mais fortes.
Assim como diz Rinpoche, tudo é impermanente, então, pra que se preocupar tanto? Talvez, se silenciarmos nossa mente e o coração por alguns instantes, durante o dia (ou a noite), ouviremos a voz do nosso ser interior em diálogo profundo com o universo. Dessa forma, essas vozes sábias nos guiarão pelo fluxo sagrado da vida, numa sincronia quase perfeita de pessoas e situações que se (re)encontrarão para a realização de uma jornada de paz e harmonia. Pensar nisso talvez abra novas percepções em nossas vidas, nessa dança enigmática que é a própria existência.
