Aos professores de Santiago, RS e região: Reflexões sobre o ato de educar

A realidade de uma sala de aula inclui muito mais do que conteúdos que precisam ser ensinados e conhecimentos que devem ser avaliados no decorrer do ano letivo. Uma sala de aula reúne contextos, subjetividades e vivências repletas de conquistas e perdas, alegrias e tristezas e, acima de tudo, histórias de vidas incríveis que merecem atenção de nós, professores.

Infelizmente a necessidade de ‘vencer os conteúdos’ que cairão nos vestibulares ou provas semelhantes, nos faz perder de vista quase toda essa riqueza humana com a qual trabalhamos cotidianamente: nossos alunos! Por isso, considero importante encontrar um tempo nas aulas para atividades de integração, expressão, trabalhos em grupo, possibilitando que professores e alunos se conheçam melhor.

Devido à cobrança da sociedade, a qual muitas vezes nos responsabiliza pelas falhas no decorrer da vida estudantil dos alunos, nos preocupamos excessivamente querendo que o estudante seja nota dez, e tal atitude pode nos afastar desse contato mais afetivo e subjetivo. Geralmente, não nos damos por conta de que estamos contribuindo o tempo todo, positiva ou negativamente, para o processo de formação da personalidade desse aluno, ou seja, estamos representando algo em sua vida.

Portanto, é preciso que não sejam somente para algumas disciplinas a tarefa de estimular a reflexão, o autoconhecimento, e a nossa busca pelo entendimento das subjetividades e singularidades de nossos alunos, pois isso deve ser um compromisso contínuo de todas as áreas do conhecimento e comprometimento educacional de nossas escolas.

Entender que estamos promovendo relacionamento humano, possibilidades de se estabelecer laços e memórias que estarão presentes por toda a nossa vida e, talvez, também na vida de nossos educandos, pode transformar a percepção e a dimensão do ato de educar.